O jornalismo é um dos pilares de qualquer democracia. Mas, em tempos de crescente intolerância, desinformação e ataques à liberdade de imprensa, garantir que jornalistas trabalhem com segurança e dignidade se tornou uma necessidade urgente.
Repórteres, fotógrafos, cinegrafistas e outros profissionais da comunicação enfrentam riscos reais nas ruas, nas redações e até mesmo no ambiente virtual. Pensando nisso, o SINAJ reuniu orientações práticas e atualizadas para ajudar quem está na linha de frente da informação a se proteger — física e digitalmente.
Antes de sair: planejar é se proteger
Quem cobre manifestações, operações policiais ou eventos políticos sabe que o improviso pode custar caro. Por isso, fazer uma análise prévia do local, identificar rotas de fuga, observar o clima de tensão e manter contato constante com a redação são atitudes que podem evitar situações de risco.
Se houver agressão ou tentativa de obstrução ao trabalho, o recomendado é deixar o local imediatamente, registrar boletim de ocorrência e, se necessário, passar por exame de corpo de delito. Guardar registros — como fotos e vídeos dos agressores — é essencial para responsabilização posterior.
Equipamentos que fazem a diferença
Carregar um kit de primeiros socorros, protetor solar, água, máscaras, óculos e colete de proteção deve ser parte da rotina. Também é importante garantir que celulares e equipamentos estejam carregados, com baterias extras à disposição.
Em coberturas de maior risco, o ideal é usar roupas discretas, evitar logomarcas visíveis (exceto quando essencial) e manter contato constante com colegas ou editorias.
No ambiente digital, redobre os cuidados
A internet é uma ferramenta poderosa para o jornalismo, mas também um campo fértil para ameaças. Ataques cibernéticos, vazamento de dados, campanhas de difamação e perseguições online se tornaram comuns.
Separar o perfil pessoal do profissional, manter antivírus e sistemas atualizados, utilizar senhas fortes e autenticação em dois fatores são medidas básicas. Em casos mais graves, pode ser necessário alterar rotinas online, usar navegação anônima ou mudar temporariamente de plataforma.
Mulheres jornalistas: mais vulneráveis, mais expostas
Infelizmente, jornalistas mulheres costumam ser alvo de ataques com conotação machista, misógina ou sexual. Isso vale tanto para coberturas em campo quanto no ambiente virtual ou dentro das redações.
É fundamental denunciar qualquer tipo de assédio — moral, sexual ou psicológico. Só assim será possível construir um ambiente profissional mais seguro e igualitário.
Quando o risco é extremo
Em casos mais graves, como perseguições persistentes, ameaças de sequestro ou vigilância ilegal, o primeiro passo é buscar ajuda. Alterar rotinas, informar familiares e colegas sobre deslocamentos e acionar redes de apoio são atitudes preventivas.
Se houver um episódio traumático, não hesite em buscar acolhimento psicológico. A saúde mental do jornalista também faz parte da segurança.
O SINAJ está com você
O Sindicato Nacional dos Jornalistas (SINAJ) reforça seu compromisso com a segurança, a liberdade de imprensa e a valorização dos profissionais da comunicação. Denuncie qualquer forma de agressão, intimidação ou violação de direitos.
Jornalismo seguro é jornalismo livre. E para que a verdade continue circulando, é preciso proteger quem corre atrás dela todos os dias.
